terça-feira, 30 de junho de 2009


Arara canindé

Nome Científico: Ara ararauna
Alimentação: Frutos de casca dura, que quebram com o bico forte. Aprecia os cocos do bacuri e frutos do combaru, jatobá, mandovi e, sobretudo do pequi, árvore típica do Brasil central
Reprodução: de 1 a 3 ovos, sua incubação dura cerca de 25 dias.Os filhotes abandonam o ninho com 13 semanas de vida
Habitat: beiras de matas, várzeas de buritizais
Distribuição Geográfica: desde a América Central até São Paulo

Para alguns, essa é a arara mais bela de todas e, como as outras, prefere frutos nativos. Tem uma ampla distribuição, mas já desapareceu de grandes áreas. Ainda é bastante comum em diversas áreas de várzea no Pará. Depois da época reprodutiva, quando as aves se espalham pela mata, a espécie forma grandes poleiros coletivos. Ver dúzias de araras canindés chegando pela bela luz da tarde a esses poleiros é um dos grandes espetáculos da natureza na Amazônia.

Anta




Mamíferos - Anta - Tapirus terrestris
Classe: Mammalia; ordem: Perissodactyla; família: Tapiridae; gênero: Tapirus


As antas são animais fortes. Os pés traseiros têm três dedos e os dianteiros têm um adicional, muito reduzido. As antas possuem uma tromba flexível, preensil e coberta por pêlos sensíveis a cheiro e a umidade.

Comem frutos, folhas, caules, brotos, pequenos ramos, grama, plantas aquáticas, cascas de árvores, organismos aquáticos e pastam inclusive sobre plantações de cana, melão, cacau, arroz e milho.

Durante o acasalamento, os machos atraem as fêmeas com assobios estridentes. A cópula pode ocorrer tanto dentro quanto fora da água. O casal se separa após isso.

Raramente nasce mais de um filhote; este possui uma coloração diferente dos adultos: são rajados de marrom e branco. Ele é amamentado até quando a mãe estiver lactando. Em um ano e meio já está crescido e com a aparência dos adultos.

Durante o dia, a anta fica escondida na floresta. À noite, deixa o esconderijo para pastar. Suas pegadas, difíceis de serem confundidas, podem ser vistas logo ao amanhecer nas trilhas abertas na floresta, nas margens dos rios e até no fundo das lagoas.

A anta toma banhos freqüentes de lama e de água para se livrar de parasitas como carrapatos, moscas, etc. Por isso é encontrada próxima a rios e florestas úmidas.

Animais de hábitos solitários, são encontrados acompanhados apenas durante a época de acasalamento ou durante a amamentação. Os machos urinam regularmente nos mesmos locais, talvez para mostrar aos outros indivíduos da mesma espécie sua presença no local. A anta possui glândulas faciais usadas para deixar rastro de cheiro.

Entre os predadores da anta estão o homem, sucuris e a onça. Quando surpreendida ou ameaçada, ela mergulha na água ou se esconde entre arbustos fechados. É capaz de galopar, derrubando pequenas árvores e arbustos, fazendo muito barulho, além de nadar e escalar terrenos íngremes muito bem.

Entre as vocalizações emitidas pela anta, incluem-se o guincho estridente, usado para demonstrar medo, dor e apaziguamento; o estalido que pode ser usado para identificar indivíduos da mesma espécie e o bufo que significa agressão.

Ficha

Comprimento Até 2,20 m (fêmeas); 2,00 m (macho)
Altura Até 1,10 m
Peso Até 250 kg
Gestação De 335 a 439 dias
Número de filhotes 1
Hábito Alimentar Noturno e crepuscular
Alimentação: Frutos, brotos, folhas, grama, plantas aquáticas, cascas de árvore.

Gavião-real




O gavião-real, também conhecido como harpia ( Harpia harpyja ), é a maior ave de rapina do Brasil e do mundo. Além de maior, é considerada uma das mais interessantes e raras aves pois vive solitária, exceto na época de acasalamento.
A harpia vive em montanhas, nas margens de rios e lagos e até mesmo à beira-mar. No Brasil, ainda hoje, essa espécie é encontrada na Amazônia, nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul, além de algumas florestas da Mata Atlântica. Seus hábitos são diurnos e o comportamento sedentário.
Alimenta-se desde moluscos, crustáceos e peixes até serpentes, lagartos, alguns pássaros e alguns mamíferos, como a preguiça (seu alimento favorito) que captura no solo.
A harpia pode atingir 1,15 m de comprimento e 2,5 m de envergadura. Seu peso varia de 4,5 a 10 quilos. Possui uma plumagem densa nas costas e macia no lado ventral. Os tarsos são grossos e não emplumados. As pernas são curtas, e os pés e garras suficientemente fortes para permitir à ave carregar mamíferos pesados. A cor predominante é o cinza e o seu grande topete é responsável pela denominação de gavião-real. A ave adulta apresenta um “colar” preto de penas no pescoço.
A característica principal – também presente em todas as aves de rapina diurnas – é a profundidade da visão. O poder de resolução da vista do gavião chega a ser oito vezes mais potente que o do homem. Mas, como nem tudo é perfeito, a mobilidade do olho na órbita é reduzida , o que obriga a ave a virar constantemente a cabeça para adquirir noção do conjunto.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Qual é o maior animal do mundo ?????



O animal maior do mundo é a baleia azul.


A baleia-azul é um mamífero marinho. Como outras baleias, as baleias azuis usam lâminas córneas na sua cavidade bucal para filtrar seu alimento da águaa do mar, alimentando-se também de pequenos peixes e lulass. A baleia-azul é o maior animal já vivo, podendo chegar a ter 33 metros de comprimento e mais de 180 toneladas de peso.
A baleia-azul possui uma pequena aleta (abertura) que é visível apenas num curto período, quando a baleia mergulha. Tal aleta pode produzir jatos de água de até nove metros altura. O seu pulmão pode conter aproximadamente cinco mil litros de ar.
É também o animal mais ruidoso do mundo. Emitem sons de baixa frequência que atingem os 188 decibéis — mais fortes que o som de um avião a jacto — que podem ser ouvidos a mais de 800 quilómetros de distância.

Peixes fora de ÀGUA!


A propósito do meu artigo anterior queria mostrar alguns peixes mesmo extraordinários!

O perioptalmo é capaz de viver 2 dias fora de agua!

O peixe-gato caminhante é capaz de atravessar um campo ou estradas!

A perca-trepadora pode deslocar-se em terra firme e até subir rochas.

Molusco Gigante!



É capaz de chegar a medir mais de 1m e pode chegar a pesar mais de 250kg!
É a ostra-gigante!!! Mas só-se alimenta de animais microscópicos??
Imaginem se esta ostra der uma pérola...



Fonte: L'Imagerie des recordes d'animaux 2003, Éditions Fleurus, Paris

Animais Albinos:


Alguns animais nascem albinos isto é porque não têm o pigmento que dá cor à pele... Não confundam os animais albinos com os que já são brancos por natureza como o urso polar...

Deixo-vos algumas imagens de animais albinos:

ANIMAIS VENENOSOS

A vespa do mar é uma água viva e tem o veneno mais poderoso. O animal que toca em seu corpo é atingido por milhares de agulhas microscópicas, cheias de veneno poderosíssimo. Existem vespas-do-mar no Brasil, mas as mais perigosas são as que vivem na Austrália.



Peixe Escorpião é uma das espécies marinhas mais perigosas. Ele possui espinhos que são como agulhas e injetam veneno quando um predador encosta em seu corpo. Outro que mete medo é o peixe pedra da Austrália, que se camufla entre recifes e libera veneno se for tocado.



Baiacu pressente algum perigo, o baiacu bebe muita água para parecer maior. Se o predador não desistir, vai ter uma péssima surpresa: ele é venenoso. Algumas espécies, além do veneno, possuem espinhos. Os baiacus geralmente nadam devagar e vivem em locais onde há muitos outros animais em busca de alimentos.




Polvo de anéis azuis é do tamanho de uma bola de bilhar e parece inofensivo. Mas, percebe de alguma ameaça, o seu corpo fica coberto de manchas azuis que são um aviso para o inimigo. Se ficar acuado, ele morde o atacante e libera um veneno muito forte pela saliva. Esse polvo vive em águas quentes e rasas da costa da Nova Guiné, da Indonésia, das Filipinas e do Japão.




Os sapos produzem substâncias tóxicas. Já as rãs raramente são venenosas, mas algumas que vivem na América Central e do Sul estão entre os animais venenosos do mundo. As suas cores vibrantes são um aviso: o animal que toca nelas pode ficar paralisado e morrer em poucos segundos. A rã mais venenosa é chamada de sapinho-ponta-de-flecha, pois índios da Colômbia usam o veneno dela na ponta de flechas nas suas caçadas.



ESCORPIÃO

Vida, alimentação e hábitos

As diferentes espécies de escorpiões têm tempos de vida muito diferentes e o tempo de vida real da maioria das espécies não é conhecido. A gama do tempo de vida parece situar-se entre os 4 a 25 anos, tendo sido 25 anos o tempo de vida máximo registado para a espécie H. arizonensis.
Vivem em áreas com uma temperatura entre 20 °C e 37 °C, sobrevivem em temperaturas de 14 °C a 56 °C.
. São animais carnívoros e têm geralmente hábitos nocturnos e crepusculares, quando caçam e se reproduzem. Sua alimentação é baseada em insectos invertebrados tais como cupins, grilos, baratas, moscas, e de um aracnídeo, a aranha. Os escorpiões conseguem comer quantidades imensas de alimento, conseguem sobreviver com 10% da comida de que necessitam, podendo passar até um ano sem comer e consumindo muitíssimo pouca água, quase nada durante sua vida inteira.
Os escorpiões têm uma forma de se alimentarem característica, usando as suas quelíceras. Estas são umas pequenas garras que saem da boca, muito afiadas, que são usadas para retirar pequenos pedaços de alimento da sua presa e colocá-los na boca. O escorpião só digere alimentos em forma líquidos, rejeitando qualquer matéria sólida (pêlo, esqueleto, etc.).
Os predadores naturais do escorpião é lacrai-as, louva-a-deus, macacos, aranhas, sapos, lagartos, corujas, gaviões, quatis, galinhas, algumas formigas e os próprios escorpiões.





Escorpião-negro (Androctonus crassicauda)


Características físicas

O corpo dos escorpiões é dividido em proso mo (cefalotórax), mesossomo e metassomo.
O proso mo é a região anterior, onde se encontram os olhos, quelíceras, pedi palpos terminados em pinças e pernas com pentes.
O mesossomo é a região larga do corpo, onde se encontram as aberturas dos pulmões e opérculo genital.
O metassomo é vulgarmente conhecido como cauda, ali se encontram uma estrutura cilíndrica com um espinho na ponta, chamada telson (o ferrão), duas glândulas de veneno e o ânus.

Das 1600 espécies de escorpião, apenas 25 causam graves acidentes ao homem

Algumas espécies atingem dimensões da ordem
dos 30 cm e chegam a capturar até pequenos vertebrados (lagartos, rãs e roedores).




Veneno e toxicidade


O ferrão do escorpião (chamado de telson), além de servir para agarrar a presa, se defender, e no acasalamento, inocula na presa um veneno. Este veneno contém uma série de substâncias cuja composição química não está bem definida, porém contém neuro toxinas, histaminas, seratonina, enzimas, inibidores de enzimas, e outras. Parece, segundo os pesquisadores, que as neurotoxinas agem sobre as células nervosas da presa, com uma certa especificidade, dependendo do tipo de animal.
É interessante saber que a toxicidade do veneno de um escorpião pode ser comparada com o tamanho de seus pedi palpos (o equivalente ao braço humano do escorpião); quanto mais robustos os pedi palpos, menos o escorpião utiliza-se do veneno para com suas presas e quanto menores eles forem, mais o veneno do escorpião pode ser letal às suas presas.
O veneno de escorpiões do tipo Tityus serrulatus, que parece ser o veneno mais tóxico de todos os escorpiões da América do Sul, age sobre o sistema nervoso periférico dos humanos, causando dor, pontadas, aumentando a pulsação cardíaca e diminuindo a temperatura corporal. Estes sintomas, devido ao seu peso corporal, são mais acentuados em crianças, e devido às condições físicas, aos idosos. Todos os escorpiões são venenosos, porém apenas 25 espécies podem ser mortais aos humanos. Sua ferroada assemelha-se em grau de toxicidade da ferroada de uma abelha.
O tratamento consiste na aplicação local da ferroada de um anestésico (lidocaína a 2%) e soro antiescorpiônico (obtido de escorpiões vivos). O tratamento deve ser hospitalar, de preferência com a apresentação do escorpião para facilitar o diagnóstico e o tratamento

A naja-indiana


A Naja-Indiana

A Naja-Indiana (Naja naja), um réptil, tem grande participação na mitologia da Índia, com 1,5m, há um acasalamento destes animais por ano, é nesse acasalamento, onde põem 8 a 45 ovos, de 2 a 3 meses após o acasalamento. Macho e fêmea permanecem juntos após o acasalamento. Os ovos são postos em buracos de troncos ou em ninhos de térmitas abandonados. A fêmea permanece vigilante por perto, mas não incuba os ovos. Após 50 ou 60 dias, os ovos quebram-se e os filhotes saem com 20 ou 30 cm, pesando mais ou menos 15 g cada.

É a cobra famosa que os encantadores de serpentes exibem nas praças públicas. Na realidade, a cobra não responde ao som da flauta do encantador, porque, como todas as cobras, ela não tem ouvidos.

O seu veneno é bastante violento, tem efeito semelhante ao do curare, substância com que os indígenas da América do Sul envenenavam as suas flechas. Esse veneno é usado na medicina. Dele se extrai uma substância que é eficiente na redução da tensão arterial.

O seu inimigo mortal é o mangusto, como podem ver na imagem (não é verdadeira) a naja-indiana está a caça-lo...


Quarta-feira, 17 de Junho de 2009

SUCURI É A MAIOR COBRA DO MUNDO

A sucuri, também conhecida como anaconda, é uma cobra sul-americana da família Boidae. Tem a fama de ser uma cobra enorme e perigosa . Existem quatro espécies, das quais as três primeiras ocorrem no Brasil:
A sucuri-amarela, é uma espécie que existe em menor quantidade na zona do pantanal;
A sucuri-verde, é maior e a mais conhecida, ocorrendo em áreas alagadas da região do cerrado e da amazônia.
A sucuri-malhada, é uma espécie que existe em menor quantidade na zona da Ilha de Marajó;



A sucuri-da-bolívia.
São ainda conhecidas como arigbóia, boiaçu, boiçu, boiguaçu, boioçu, boitiapóia, boiuçu, boiuna, sucuriju, sucurijuba, sucuriú, sucuruju, sucurujuba e viborão.

Reino:Animalia
Classe:Reptilia
Ordem:Squamata
Subordem:Serpentes
Família:Boidae
Género:Eunectes

Tubarão Cobra


O tubarão cobra vive entre os 600 e os mil metros de profundidade, alimentando-se de lulas, peixes e outros tubarões. Dado ser quase impossível a um ser humano manter-se em águas tão profundas, o animal é raramente localizado. Contudo, alguns espécimens (mortos) costumam embrulhar-se nas redes de pesca, sobretudo no Oceano Pacífico.

domingo, 28 de junho de 2009

Peixes

Adaptados ao Extremo -

A pirambóia A é um estranho peixe de corpo serpentiforme que consegue viver em águas com baixo oxigênio. O saltador-do-lodo B é um peixe de hábito incomum que gosta de se fixar a raízes aéreas permanecendo em posição vertical. Já o cascudo C é um peixe “durão” que consegue de bom grado suportar águas poluídas consumindo material orgânico.

Imagine um peixe sobreviver em um habitat totalmente degradado como nos trechos metropolitanos da represa Billings ou rio Tietê. Ou então, cansar-se de determinado local e simplesmente mudar de lagoa “andando”. Ou ainda ficar fora d’água agarrado as raízes aéreas dos manguezais. Parece insano, mas não é! O seleto grupo de peixes de água doce que descreveremos nos próximos parágrafos são mesmo muito esquisitos e ao mesmo tempo intrigantes.

A pirambóia (Lepidosiren paradoxa) é um curioso peixe de corpo serpentiforme pertencente à ordem Dipnoi. Consegue sobreviver em águas onde a capacidade de oxigênio é muito escassa. Isso é possível graças à bexiga natatória adaptada para utilizar o oxigênio do ar – uma espécie de pulmão. Assim, a pirambóia sobe com freqüência à superfície. A espécie se alimenta de insetos, crustáceos, vermes, anfíbios, peixes e vegetais. Contudo, quando o alimento torna-se escasso em seu território ela, simplesmente, resolve o problema saindo da água e deslocando-se no solo úmido entre a vegetação com movimentos de serpente até outra lagoa situada nas proximidades. Incrível!

Sê é surpreendente ver como a pirambóia sobrevive, mais intrigante ainda é o modo como o cascudo (Pterygoplichthys aculeatus) faz para conseguir viver ao extremo. Alguns espécimes conseguem habitar nada mais, nada menos, do que o mau-cheiroso rio Tietê no trecho em que corre pela zona metropolitana da capital paulista. Sua presença também já foi assinalada na represa Billings mais propriamente na área em que banha a grande São Paulo. Independentemente do rio ou da represa (ambos infelizmente assassinados no trecho metropolitano devido à grande degradação e acúmulo de lixo), o fato é que o cascudo parece “driblar” as adversidades e viver alimentando-se de algas e de restos de alimentos. Esses peixes são também muito apreciados em aquários por causa do hábito que têm de limpar, ou melhor, comer toda a sujeira que se acumula.

Agora se você já achou fenomenal a artimanha utilizada por cascados e pirambóias, certamente irá se surpreender com o saltador-do-lodo (Periophthalmus koelreuteri). Esses “caras” muito comuns nas zonas equatoriais e tropicais da África ocidental e oriental, incluindo Madagascar e regiões do continente asiático, até a Austrália; gostam mesmo é de se deslocar em terra servindo-se das barbatanas peitorais, sustentadas por tocos de “braços”. Apreciam permanecer na vertical, com a parte anterior do corpo fora da água e a barbatana caudal imersa. Conseguem praticar essa estranha posição, graças, as barbatanas ventrais, unidas de maneira a formar uma ventosa que lhes permite aderir a superfícies lisas sem escorregar. Alimentam-se de vermes, crustáceos e pequenos animais que vivem no lodo. Aliás, não medem esforços quando a regra é conseguir alimento: o que inclui até saltar de um lado para o outro com uma agilidade incomum para um peixe. Esse comportamento só é possível ao saltador-do-lodo por causa da visão excepcional que lhe permite ter noção exata das distâncias.

José Henrique Moskoski

Escritor e Pesquisador de Vida Selvagem

Peixes abissais

Adaptados ao Extremo -

O peixe-víbora-abissal tem dentes enormes e ameaçadores os quais são responsáveis por impedir com que a presa fuja A. A lula-vampiro deve seu nome a sua bizarra aparência que lhe confere um aspecto de morcego do mar B. O peixe-machadinha-abissal tem a conformação do corpo muito semelhante a um machado; a disposição de seus sensíveis olhos tubulares à luz permite-lhe visão binocular C. O diabo-marinho desenvolveu um filamento pescador (ver detalhe) que nada mais é do que uma modificação da barbatana dorsal, que pode ser movimentada, facilitando a apreensão da presa D.

Os peixes abissais são criaturas misteriosas e ao mesmo tempo surpreendentes. Vivendo num ambiente totalmente inóspito esses seres das trevas marinhas são criaturas aparentemente insólitas parecidas saídas de um filme de terror. Adaptados ao extremo esses seres sobrevivem em um ambiente mortal para a maioria das espécies por causa da descomunal pressão da água. Habitando as chamadas fossas abissais (profundidades de até onze quilômetros), os peixes abissais travam diariamente uma verdadeira luta pela sobrevivência onde vale tudo na hora de se conseguir alimento. Alguns deles desenvolveram eficazes filamentos pescadores providos de uma débil luminescência em sua extremidade que atrai peixes incautos para a emboscada. Já outros têm dentro da bôca um tipo de trilha de fotóforos que funciona como chamariz para larvas e outros bichinhos abissais.

Cerca de um quilômetro abaixo da superfície, a escuridão só é rompida pelas fracas luzinhas de bichos luminescentes. Nesse time de “caçadores luminosos” está o diabo-marinho, o peixe-víbora-abissal, o machado-de-prata e a estranha lula-vampiro. Tôdos, sem exceção, não medem mais do que um metro; até porque se tivessem uma maior dimensão fatalmente seriam esmagados pela pressão.

O peixe-víbora-abissal (Chauliodus sloani) é um dos mais eficazes caçadores das trevas marinhas. Medindo pouco mais de 30 cm, esses peixes são dotados de dentes parecidos com agulhas recurvadas que aparentemente metem medo, porém que só têm a função de impedir que a presa atraída pelo engodo bioluminescente fuja de dentro da bôca do predador. Alimenta-se de peixes e crustáceos de alto mar.

O grande caçador das profundezas do mar é, sem dúvida, o diabo-marinho ou peixe-pescador-das-profundezas (Linophryne arborifer). Esses horríveis peixes comem uma grande variedade de peixes e crustáceos, capturando-os com uma falsa isca luminescente que fazem oscilar de um lado para outro em meio à escuridão; atraem assim uma série de pequenas presas que ao aproximarem acabam abocanhadas pelo espertalhão. Os diabos-marinhos têm o estômago elástico, e uma boca enorme, o que lhes permite engolir presas muito maiores do que eles.

Outro esquisito habitante das profundezas é o peixe-machadinha-abissal ou machado-de-prata (Argyropelecus hemigymnus). Horrorosos, esses diminutos peixes têm as conformações de um machado. Vivem a um quilômetro da tona e alimentam-se de pequenos crustáceos e larvas de peixes. Assim como as espécies anteriormente citadas, eles também se valem dos fotóforos para se comunicarem e se alimentarem. Visto de frente, o machado-de-prata mostra acentuada desproporção entre o tamanho dos olhos e a largura do corpo. Só a curvatura é que permite à bôca ter abertura para capturar certas presas.

A lula-vampiro (Vampyroteuthis infernalis) deve seu nome à aparência: a membrana que liga os tentáculos dá-lhe um aspecto de morcego marinho. Trata-se de uma espécie pequena – apenas 30 cm de comprimento -, que habita os fundos oceânicos. Esse molusco é dentre os seres abissais o que realiza as mais impressionantes exibições bioluminescentes envolvendo complexos padrões de cores. Como todas as lulas são dotadas de dez membros – oito braços e dois tentáculos -, com ventosas munidas de um anel córneo denteado.

José Henrique Moskoski

Escritor e Pesquisador de Vida Selvagem

Guepardo

Predadores Especializados -

O guepardo possui uma pelagem repleta de malhas cheias e pretas as quais salpicam o fundo amarelo; tal padrão de cores proporciona-lhe eficaz mimetismo em meio à savana A. Nas rápidas perseguições que emprende, a chita usa a cauda para equilibrar-se; além disso, um perspicaz golpe com o esporão da pata dianteira ajuda o felino a desequilibrar a presa B, facilitando o abate da mesma.

O guepardo ou chita (Acinonyx jubatus) é outro integrante do prestigiado grupo de carnívoros especializados. Esse espetacular felino malhado é um dos mais hábeis predadores africanos, capaz de abater uma presa em cada duas tentativas de caça; ou seja, um desempenho melhor do que o de leões e leopardos. Caçando de emboscada ou lançando-se em disparada em direção a presa, a chita normalmente logra êxito no ataque devido à grande velocidade que desenvolve. Esse grande gato de patas compridas e corpo esguio é nada mais nada menos do que o mamífero mais rápido do planeta em curtas distâncias. Para ele basta apenas 2 segundos para estar a uma velocidade de 70 km/h, e com o decorrer da breve maratona essa velocidade alcança até os 110 km/h.

Essa fera das savanas africanas tem uma característica que a distingue de todas as demais espécies de felinos: não possui garras retráteis. Suas unhas não retráteis têm a função de aumentar a firmeza no chão, agindo assim como os cravos dos tênis de um corredor maratonista. Aliada as garras soma-se a longa cauda que assim como um leme também ajuda o animal a manter o equilíbrio durante a corrida.

Com uma dimensão que do focinho a ponta da cauda é de 2,30 m (os maiores exemplares) e o peso de 35 – 70 quilos, o guepardo é um predador especializado no ataque de basicamente duas espécies de gazelas africanas. Para desequilibrá-las na perseguição que emprende o felino usa um tipo de esporão córneo de uma das patas anteriores ou a unha do polegar, que, por nunca tocar no solo, conserva-se afiada. Aí, em plena corrida, basta uma patada para fazer a gazela ir ao chão. Na seqüência, o predador abocanha a vitima na garganta e a mata por asfixia. Com a presa morta, o felino desaba de exaustão. Esse comportamento é explicado porque a temperatura do corpo do animal atinge níveis extremos que levá-o a beira da morte. Por isso é necessário a chita descansar logo após a caçada; descanso este que muitas das vezes custa caro a predadora, já que nesse instante costuma ter sua presa roubada por leões e hienas seus competidores naturais.

Estrategista, o guepardo possui uma técnica quase que infalível para auxiliá-lo na captura da presa. Tal técnica consiste basicamente em lançar-se atrás da presa estando a uma distância inferior a 100 metros. Por conseguinte a perseguição em geral não ultrapassa os 200 m (na realidade, ao fim de 500 metros o felino tem necessidade de fazer uma pausa). Isso acontece porque por ser um caçador de fôlego curto, caso se lance a perseguir cedo demais a presa, ou seja, estando a mais de 200 metros dela, ele correrá grande risco de perdê-la por ter ela tempo de se reunir aos companheiros – o que confunde o predador -, ou que ela abra grande vantagem na corrida frustrando o atacante.

José Henrique Moskoski

Escritor e Pesquisador de Vida Selvagem

Mamíferos Arborícolas

O társio apesar de pequenino é um voraz predador noturno capaz de consumir por noite o equivalente a um décimo de seu peso. Infelizmente devido a seus hábitos e aspecto (grandes orelhas e olhos enormes e redondos) é considerado um bicho que traz má sorte A. Em contrapartida o aie-aie que vive exclusivamente na ilha de Madagáscar é tido como um bicho sagrado pelos habitantes locais. Pouco prolífico encontra-se à beira da extinção. Tem por característica o dedo médio da pata dianteira longo e fino (ver no detalhe), o qual utiliza para fisgar as larvas de que se alimenta B. Assim ao detectar por meio da sensível audição o verme se alimentando, rompe com os dentes a casca do tronco, introduz o dedo esquelético e fisga o petisco C.

Em todos os habitats existentes são encontrados animais que se adaptam aos mesmos, tornando-se predadores altamente especializados. Contudo, existem bichos que vão literalmente ao extremo quando a regra é sobreviver, ainda mais se o ambiente em questão é o arbóreo. Dentre os muitos seres que vivem na altura da copa das árvores, dois, em especial, chamam a atenção não só pela agilidade com que se movimentam, mas também por causa da forma como capturam suas presas. Além disso, enquanto um deles é venerado pelos povos da floresta o outro é considerado um animal agourento.

O aie-aie (Daubentonia madagascariensis) é uma curiosa espécie de lêmure que habita exclusivamente as florestas costeiras da ilha de Madagáscar. Tímido e de hábitos estritamente noturno, ele é considerado sagrado pela população local que diz que quando um homem dorme na floresta, os aie-aies fazem um travesseiro de folhas para ele. No entanto, ao acordar, se o travesseiro estiver sob sua cabeça, o indivíduo será muito rico; se estiver embaixo de seus pés, será vítima de um feitiço. Pura lenda local!

Apesar de venerado, o aie-aie é mais um bicho que encabeça a já extensa lista de animais em extinção. Caso não seja freada a derruba da floresta em que habita o desaparecimento da espécie é certo, já que se calcula que hoje o número de aie-aies em vida selvagem não ultrapasse os 50 espécimes. Além disso, o ritmo de reprodução do animal é muito baixo – a fêmea dá à luz de dois em dois anos a um único filhote.

É no momento da alimentação que o aie-aie (ou ai-ai) dá um verdadeiro show. Ele se alimenta principalmente de larvas de insetos que vivem na madeira podre, porém não despreza frutos e favos de mel. Entretanto o que o torna um predador especialista é o modo com que encontra os vermes no interior dos troncos: primeiro ele capta o som da larva se alimentando na madeira; em seguida com a ajuda do esquelético dedo médio ele bate na base do tronco tentando confirmar a posição do petisco. Por fim, localizado com precisão o jantar ele rompe a casca do tronco com os dentes, introduz o estranho dedo e fisga a larva, como um anzol. Depois a traz para fora e a saboreia.

Se o ai-ai é venerado na zona em que vive o mesmo não se pode dizer do társio (Tarsius spectrum). Esse pequeno primata, com cerca de 40 centímetros, dos quais 25 cm pertencem à cauda é considerado um bicho que é capaz de enfeitiçar as pessoas, havendo quem acredite que ele possa comer brasas. Pura bobeira, talvez, reforçada devido aos olhos esbugalhados que possui pertinente a maioria das criaturas da noite.

Extremamente ágil, o társio se estiver em fuga consegue transpor distâncias de até 6 metros por entre os galhos. A espécie se alimenta de gafanhotos, peixes, crustáceos e pequenos répteis. Voraz, numa única noite, o társio é capaz de comer uma quantidade de alimentos correspondente a um décimo do seu peso.

José Henrique Moskoski

Escritor e Pesquisador de Vida Selvagem

Bizarro roedor pelado dá pistas para fugir do envelhecimento

Pesquisa comparou problemas de formação das moléculas em roedores.
Ratos-toupeiras, que vivem 30 anos, carregam substâncias mais 'fortes'.

Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo

O que as criaturinhas feiosas na foto abaixo têm a ensinar para quem quer viver mais e melhor? Talvez muita coisa, de acordo com um estudo publicado na edição desta semana da revista científica americana "PNAS". Ao contrário da maioria dos roedores, os ratos-toupeiras-pelados (Heterocephalus glaber) podem viver até os 30 anos, e o truque por trás da façanha talvez seja a resistência das proteínas de seu organismo.

Foto: Rochelle Buffenstein/Divulgação

Seriam os ratos-toupeiras-pelados a chave para a longevidade? (Foto: Rochelle Buffenstein/Divulgação)



A conclusão, obtida pela equipe de Rochelle Buffenstein, da Universidade do Texas, veio após uma comparação detalhada entre ratos-toupeiras-pelados e camundongos de laboratório (os quais vivem, no máximo, pouco mais de três anos). O raciocínio é simples: alguma pista importante sobre o envelhecimento deve estar presente no organismo dos ratos-toupeiras pelados, já que o processo, nessa espécie, é muito mais lento do que o que se vê entre os demais roedores.

Um dos fatores apontados como principais para o envelhecimento é o chamado estresse oxidativo, que envolve a ação destruidora de formas muito reativas de oxigênio sobre as células do corpo -- de fato, embora essencial para o organismo, a ação do oxigênio pode ser muito ruim a longo prazo.

O que os pesquisadores viram, no entanto, é que, embora o dano às células dos bichos seja aparentemente igual, a diferença entre os ratos-toupeiras e os camundongos está na resistência ao dano das proteínas dos primeiros. As proteínas dependem profundamente da sua forma tridimensional para cumprir suas funções no organismo, e alterações nesses formatos (como se as proteínas ficassem "desenroladas") acabam sendo um elemento para o declínio do organismo.

Perto do que se vê entre os camundongos, as proteínas dos ratos-toupeiras-pelados resistem a esse tipo de processo, mantendo sua conformação e sua função. Os pesquisadores apostam que essa é uma das razões para a resistência dos bichos ao envelhecimento. Em tese, estratégias parecidas poderiam ser aplicadas em seres humanos interessados em retardar a própria velhice.

Toupeira-de-nariz-estrela


Encontrado no Canadá e no nordeste dos Estados Unidos, este estranho animal de aparência alienígena é uma toupeira-de-nariz-estrela.
Este mamífero alimenta-se de pequenos invertebrados, insetos aquáticos, vermes e moluscos. É um bom nadador e cava túneis como outras toupeiras, a grande diferença está nos 22 tentáculos carnosos em volta de seu focinho que são dotados de milhares de minúsculos receptores. Por ser cega, suspeita-se que use esses sensores para identificar a atividade elétrica de suas presas.
Essa toupeira detém o título de comedor mais rápido do mundo, entre os mamíferos, levando só 120 milisegundos para identificar e consumir sua comida. Seu cérebro decide em incríveis 8 milisegundos se uma presa é comestível ou não. Essa é a mais alta velocidade de reação que se conhece no reino animal e também a velocidade limite do cérebro da toupeira, o que faz com que ela às vezes erre alguns botes.
Para se ter uma idéia da velocidade basta lembrar que um ser humano leva 650 milisegundos para decidir frear quando o semáforo fica vermelho.
Pesquisadores acreditam que o estudo desses animais nos ajudarão a entender as limitações da habilidade do cérebro humano ao processar informações e tomar decisões.
As toupeiras-de-nariz-estrela já entraram para o Guinness Book of World Records como as comilonas mais rápidas do mundo.
Mas agora estes pequenos animais estabeleceram um novo recorde: são os primeiros mamíferos conhecidos que são capazes de cheirar a sua presa debaixo de água.
Até agora os cientistas acreditavam que os mamíferos não pudessem respirar embaixo d’água, pois os fundamentos do olfato desses animais são através da condução de moléculas voláteis pelo ar até os nervos do bulbo olfativo. Esta espécie de toupeira surpreendeu mais uma vez.
O estudo publicado por Kenneth Catania, da Universidade Vanderbilt (EUA), na revista "Nature", demonstra como esses animais conseguem respirar sob a água: exalam bolhas de ar dentro d’água e reinalando-as em seguida.
Para entender esse processo, Catania utilizou câmeras de vídeo de alta velocidade e um tanque no qual uma trilha de odor era montada sob a água. Observou que a cada 10 segundos as toupeiras inalavam as bolhas, que em contato com o alvo, transmitem moléculas odoríferas ao nariz do mamífero.


Fontes: Folha de São Paulo / Bocaberta